
Gênero: Pop sintetizado / Eletrônico / Experimental
Gravadora: Universal Music
Lançamento: 11 de abril de 2024
Em seu terceiro álbum de estúdio intitulado “Tara e Tal”, DUDA BEAT arrisca no pop sintetizado distorcido com influências da raiz da música brasileira quase como um pioneirismo para um novo gênero.
Na última quinta-feira (11), DUDA BEAT lançou seu terceiro álbum de estúdio intitulado “Tara e Tal”. O sucessor de “Te Amo Lá Fora” (2021) segue outro caminho, apesar de não tirar a identidade do timbre com sotaque pernambucano característico da artista.
Desta vez, temos um disco quase todo sintetizado, com exceção de sua voz que está crua e cristalina como nunca. O disco é um experimento evolutivo que seus dois discos anteriores permitem ela fazer como bem entender.
O experimento é intrigante, mas ao mesmo tempo familiar onde faixas como “DESAPAiXONAR” e “QUEM ME DERA” (colaboração com a cantora e atriz Liniker) podem remeter a seus trabalhos antecessores.
O novo disco tem a cara do futuro, mas há sutis pedaços do funk dos anos 2000. A navegação em vários gêneros como funk, rock, blues e EDM com um timbre único traz uma experiência interessante de escutar.
No disco, há alguns deslizes que não afetam negativamente a escuta, mas que impedem a nota máxima desta análise. Pontuamos: um timbre tão bonito e característico não foi explorado tanto quanto poderia, as notas são curtas e a demanda lírica a impede de elevar ainda mais a experiência. Os vibratos dela são bonitos, mas mal dá para degustar de tão propositalmente limitantes.
Em alguns momentos, o projeto pode soar poluente e confuso sonoramente, apesar da produção não ser tão robusta, o que não é comum em álbuns brasileiros. Ir na contra-mão da construção de arranjos mais complexos consideramos como um acerto.
As inspirações de Azealia Banks, Caetano Veloso, Charli XCX, Rosalía e Lady Gaga são uma mistura de bolo trufado que ao engolir elevam os hormônios de prazer do ouvinte.
No geral, o álbum é um dos pontos mais autênticos do cenário nacional até agora, e a escuta completa dele pode ser uma experiência divertida, empolgante e experimental (para aqueles que estão dispostos a tentar).
NOTA:

Escute “Tara e Tal” de DUDA BEAT aqui: