
Gênero: Pop / R&B / Blues / Urban / Hip-hop
Gravadora: Def Jam Records
Lançamento: 11 julho de 2025
Um casamento monótono e instável sugou toda a artisticidade de uma das maiores estrelas pop da geração. “SWAG” de Justin Bieber é desinteressante do início ao fim.
Nesta sexta-feira (11), Justin Bieber lançou (de surpresa) seu sétimo álbum de estúdio intitulado “SWAG” após um hiato de 4 anos. Desde o positivo “Justice” (2021), Justin casou-se com a influenciadora e empresária estadunidense Hailey Baldwin e tornou-se pai de Jack Blues (citado preguiçosamente no disco).
“SWAG” é definido como um álbum majoritariamente sophisti-pop, gênero pelo qual há uma mistura de jazz, soul e pop popularmente difundido na década de 1980. Juntou-se a Justin na produção do disco Daniel Chetrit, Carter Lang, Daniel Caesar, Dijon, Eddie Benjamin, Eli Teplin, Knox Fortune, Mk.gee, Harv e o próprio Justin. Os envolvidos na produção do disco até que acertam, mas o lírico não casa muito bem com os arranjos produzidos, o que acaba se tornando um desperdício, fazendo com que a experiência durante a escuta não seja tão agradável.
A trilha conta com 21 faixas com uma duração de 54 minutos. No início do disco, Bieber navega num pop inteiramente sintetizado obscuro em alguns momentos (que se intensifica ao final), mas o destaque mesmo se dá aos momentos em que ele se entrega ao R&B (característico dele), ao blues puro e a um pouco de urban. Faixas como “DAISIES”, “DEVOTION” e “SWEET SPOT” (colaboração com a rapper estadunidense Sexyy Red) consideramos como pontos altos do disco das primeiras 15 canções.
Durante a escuta do disco, somos introduzidos a um lírico que expressa alguns desconfortos, confusões mentais, problema de relacionamento interpessoal, paternidade e frieza matrimonial. Este cenário se desenha em torno de Hailey Bieber, sua esposa, com quem Justin teve um filho em 2024. Há relatos e especulações do público que os acompanha de perto que o casamento deles não tem ido bem. Aparentemente, Justin tem tido alguns problemas de saúde mental como ansiedade, depressão e transtorno de bipolaridade. Há quem diga que não, há quem afirme com veemência. A questão é esclarecida em “SWAG”: de fato há um problema, mas a inexpressividade de Bieber não o permite ser claro, talvez seja intencional (ou não).
Prova disso é que na canção “DADZ LOVE”, que faz um trocadilho de versos com as palavras “dad’s love” e “that’s love”, o que vinha a ser uma amostra de sua satisfação em ser pai de primeira viagem acabou virando uma canção vazia que apenas brinca com palavras brevemente em uma faixa de 2 minutos e 26 segundos. A faixa define majoritariamente o que é o disco: boas produções com líricos desconectados dos arranjos melódicos e instrumentais.
A falta de conexão do lírico com a produção melódica é tão evidente que esse é o principal motivo pelo qual você provavelmente não irá gostar deste álbum, bom, pelo menos comparado a seus discos anteriores, como “Purpose” (2015) e “Justice” (2021).
O projeto aponta também seu casamento com Hailey em faixas como “DEVOTION” e “TOO LONG”, onde ele dá a entender que ela se sente insatisfeita com algo não muito claro e ele afirma estar tentando, mas a confusão lírica é tão grande que fará o fã desde “Baby” (2010) ficar com um pé atrás sobre quem Hailey é para Bieber tamanha desconexão lírica e artística.
Para nós, achávamos que após um hiato de 4 anos, o retorno de Bieber poderia ser algo grandioso com carros-chefe como tivemos no blockbuster “Purpose” e no agridoce “Changes” (2020), mas o que tivemos foi um disco confuso, apagado e aparentemente sem nenhuma proposta evidente.
Um casamento monótono e instável sugou toda a artisticidade de uma das maiores estrelas pop da geração. “SWAG” de Justin Bieber é desinteressante do início ao fim.
NOTA:

Escute “SWAG” de Justin Bieber aqui: