
Gênero: Pop
Gravadora: Island Records
Data de lançamento: 29 de agosto de 2025
Sabrina Carpenter opta por ser a “pick me girl” da vez. “Man’s Best Friend” é um disco que não te dirá nada e ainda te trará constrangimento.
Na última sexta-feira (29), a atriz e cantora Sabrina Carpenter lançou seu sétimo álbum de estúdio intitulado “Man’s Best Friend”, um ano após seu sexto disco vencedor do Grammy “Short n’ Sweet” (2024).
“Man’s Best Friend” é um disco majoritariamente pop misturado com elementos do country e blues. Está envolvido na produção do disco o já conhecido Jack Antonoff, John Ryan e a própria Sabrina. O disco é uma completa reciclagem do extenso catálogo de Antonoff que em nenhum momento há a intenção de esconder isso. Os arranjos são inteiramente sintetizados e até o conjunto de blues soa enlatado, dando um ar de “ok, já escutei isso antes”.
Até pelo gênero disco saturadíssimo houve um resgate por parte dos envolvidos na produção. É tudo tão pop e confeitado diante de um lirismo estúpido e descartável que fará você não se surpreender com Sabrina dizendo que suas coxas estão escorrendo de um líquido que todos vocês sabem bem o que é.
O disco possui 12 faixas que perduram em uma experiência de 38 minutos e 20 segundos que nem para ser um álbum de trilha sonora do seu treino da academia servirá. O country batido fará você pausar seu treino de búlgaro segurando os halteres para pular para a próxima música mais comercial que te anime durante a queimação de seus músculos.
Por tudo estar tão enlatado e comprimido, pelo menos você não sentirá que é um disco mal mixado ou mal produzido, bom, é o mínimo já que Antonoff está enfurnado num estúdio acústico sem entrada da luz do sol utilizando o ProTools para produzir suas músicas que em algum momento lhe trouxeram bilhões de reproduções no catálogo de Taylor Swift, Lana Del Rey e Lorde.
Há quem aponte que o tombo qualitativo neste projeto é devido ao pouco tempo de lançamento entre este e “Short n’ Sweet”. Após o sucesso de capilaridade global que invadiu todos os ambientes com caixa de som “Espresso” (2024), Carpenter entrou em turnê rapidamente para arrecadar dinheiro enquanto sua carreira estava aquecida mediante à tentativa e erro de sua carreira.
Bom, é normal que ela por ser uma mulher jovem no auge de sua carreira, explore sua vida sexual. Porém, o lirismo neste disco soa tosco na maior parte das vezes e tira a visão de artista em evolução que ela vinha construindo desde “emails i can’t send” (2022).
Algo que notamos é que não há colaborações no projeto, o que nos faz pensar que talvez ninguém quis participar de um disco desconexo que tenta contar a história embaraçosa de uma jovem no auge que tenta envolver sua personalidade em torno de um homem viril que às vezes não dá conta do recado nos momentos entre quatro paredes.
Ainda no lirismo, há momentos em que ela apela ao relatar que o pretendente da vez “pode entrar” mas “nunca pela porta de trás”. Não é explícito, mas ainda sugestivo. Poderíamos nos sentir mais chocados se a sardinha enlatada em promoção de Antonoff proporcionasse algum sentimento positivo em seu arranjo.
Consideramos “When Did You Get Hot?” um acerto que acerta em cheio à proposta sugestiva do disco de ser a “melhor amiga do homem” e uma boa parte das pessoas irá se identificar com os versos divertidos diante de um pop cativante: “meus amigos andam na direção dos seus amigos / eles disseram: ‘Sabrina, lembra do Devin?’ / e eu fiquei tipo / quando você ficou gostoso? / de repente eu olho você de cima a baixo / quando você ficou gostoso? / eu acho que lembraria se você tivesse esse rosto”. Relacionável.
Sabrina Carpenter opta por ser a “pick me girl” da vez. “Man’s Best Friend” é um disco que não te dirá nada e ainda te trará constrangimento.
NOTA:

Escute “Man’s Best Friend” de Sabrina Carpenter aqui: