
Gênero: Pop
Gravadora: Columbia Records
Lançamento: 6 de junho de 2025
O álbum de estreia autointitulado de Addison Rae surpreende e dá o pontapé inicial do que deve ser a música pop de 2025 em diante. Quem disse que uma influenciadora originada do TikTok não pode mostrar alguma artisticidade?
Na última sexta-feira, 6 de junho, a influenciadora digital Addison Rae lançou seu álbum de estreia autointitulado. Addison é reconhecida por seu conteúdo originariamente da plataforma de vídeos curtos, TikTok, e só por aí surge um determinado pré-conceito sobre um eventual disco musical. Afinal, o que uma menina de 24 anos popularmente conhecida no TikTok quer com a indústria musical?
Bom, ser uma entusiasta da música pop referenciada por Madonna, Britney Spears, Charli XCX, Taylor Swift, Beyoncé e Rihanna pode trazer algum refinamento artístico bem apurado, se for bem de leitura.
Antes da música, ela se aventurou na atuação, o que também evidencia para alguns que sua plataforma com mais de 88.4 milhões de seguidores (até a publicação desta análise) pode influenciar mais do que o talento ou estudo de um profissional mais qualificado. Mas, mesmo sendo um influenciador qualquer (e temos muitos), para se aventurar em indústrias diferentes como a música e TV, isso demanda trabalho e muito esforço, e, caso não seja bem feito, pode levar à desmoralização. Adiantamos que este não é o caso de Addison.
Ao escutarmos este disco, é evidente que houve um esforço por parte dela em entender como sua voz deve ser projetada, e quando se trata de música pop, os ornamentos vocais são muitos, desde falsetes soprosos, graves melancólicos em baladas como “In The Rain” e até um vocal cheio de fry arrastado como em “High Fashion”. O trabalho por aqui é bem feito.
“New York” e “Diet Pepsi” são pontos que consideramos picos positivos do disco. Os dois interlúdios presentes, “Lost & Found” e “Life’s No Fun Through Clear Waters”, não fizeram tanto sentido para nós durante a experiência de escuta, mas podemos relevar este fato, e apesar de soar desconexo, essas partes são bem produzidas.
Ela se juntou a Luka Kloser e Elvira Anderfjärd na produção do disco. Caso você não conheça estes dois, esclarecemos que fazem parte do time de M&M Music, editora musical do produtor genial sueco Max Martin. Eles auxiliaram Addison a trazer essa identidade sonora baseada em suas referências, como mencionamos no parágrafo anterior. Concluímos que funcionou muito bem. Tudo soa bem encaixado, mixado e coeso. Mais um ponto positivo.
Liricamente, o disco não vai te causar uma reflexão profunda. Em alguns momentos é citado conflitos da vida amorosa e o envolvimento com drogas como cigarros e o termo “chapada” ou “embriagada” é mencionado de forma notável. Damos um crédito inicial por ela estar em seu álbum de estreia. A cobraremos futuramente.
No geral, o projeto tem acertos, mas acreditamos que esta identidade inicial não será projetada em seus próximos discos. Isto geralmente não ocorre com artistas estreantes, quanto mais com ela que ainda está estudando sua artisticidade (e esperamos que continue estudando). Uma nova identidade sonora também é bem-vinda se ela quiser abandonar essa percepção de que há muito a ser feito por uma influenciadora digital.
O álbum de estreia autointitulado de Addison Rae surpreende e dá o pontapé inicial do que deve ser a música pop de 2025 em diante. Quem disse que uma influenciadora originada do TikTok não pode mostrar alguma artisticidade?
NOTA:

Escute “Addison” de Addison Rae aqui: