
Gênero: Pop
Gravadora: RCA Records
Lançamento: 25 de janeiro de 2024
Em seu novo single carro-chefe de seu próximo álbum, Justin Timberlake aponta para uma direção que nem ele sabe para onde vai. Uma coisa é certa: ele vai errar o alvo.
Justin Timberlake está de volta após 5 anos. Seu novo single intitulado “Selfish” é o carro-chefe de seu sexto álbum solo de estúdio “Everything I Thought It Was”.
O retorno de Justin Timberlake estava com o ambiente gelado para o público geral, mal se falava de sua volta ao cenário da música e após o fracasso de “Man of the Woods” (2018) a impressão era de que Justin estava se retirando, afinal, com um repertório tão grande na boyband ‘NSYNC e um destaque admirável nos anos 2000, há momentos em que o público pode não se interessar mais pelo o que estadunidense do Tennessee tem a dizer.
A sua faixa de retorno é um fiasco completo que não atinge nem para o bem, muito menos para o mal. A canção é mais uma em um milhão dos descartes de possíveis blockbusters de 2015, como “Purpose” (2015) de Justin Bieber e “X” (2014) de Ed Sheeran.
Liricamente, a música parece mais ser uma das bobagens adolescentes que tínhamos na boyband britânica One Direction. Timberlake regrediu e parece querer alcançar um novo público, mas a aposta é tão sem sentido e datada que não sabemos para quem ele está mirando direito, e quando isso acontece, a chance de errar o tiro é enorme, e considero um erro.
Para um single de abertura, a aposta é fraquíssima e irrelevante até mesmo para um repertório considerável onde já tivemos “Mirrors” (2013) de “The 20/20 Experience” (2013) e “What Goes Around…Comes Around (Interlude)” (2006) de “FutureSex/LoveSounds” (2006).
O norte-americano de Memphis pode ter terminado de enterrar a chance de desengatar novamente uma era de sucesso que saboreou em meados dos anos 2000.
A faixa inicia-se com elementos de música pop sintetizado como se fosse uma transição de cenas de séries de drama da Netflix, ou seja, algo familiar que já possamos ter escutado antes. Após o final da introdução, a faixa entra com um ruído bem grave simulando um ambiente fechado e sufocante, junto com estalo pop clássico.
Há uns elementos de EDM (música dance eletrônica) ao fundo, o que pode entregar a inspiração de produção típica do pop “deejayficado” de 2015 que vemos em “Cold Water” (2015) de Justin Bieber.
A ponte da faixa simula uma atmosfera de igreja e música gospel de maneira bem sutil que casado com a letra da música soa tosco e constrangedor, onde ele canta: “todo o meu coração / ligado ao seu coração / mas para o mundo inteiro ver / garota, o cerne do nosso coração / e todas as estrelas / elas ficariam com ciúmes de mim”. Sério mesmo? Justin Timberlake tem 42 anos de idade.
Em seu novo single carro-chefe de seu próximo álbum, Justin Timberlake aponta para uma direção que nem ele sabe para onde vai. Uma coisa é certa: ele vai errar o alvo.
Escute “Selfish” de Justin Timberlake aqui: