
Gênero: Pop
Gravadora: RCA Records
Lançamento: 8 de dezembro de 2023
“THINK LATER” é o segundo álbum de estúdio da artista canadense Tate McRae.
Tate McRae entrou em evidência durante este ano de 2023, após suas apresentações com muita coreografia em programas de televisão como The Tonight Show With Jimmy Fallon, Saturday Night Live e a premiação Billboard Music Awards.
A artista de apenas 20 anos de idade entrou no debate da cultura pop sobre ser a nova artista em destaque da geração, o que aconteceu o mesmo com artistas estreantes como Normani, Camila Cabello, Tyla e Sabrina Carpenter.
O desafio de Tate é captar um público descompromissado com a música nos dias de hoje, e ela entrar em evidência com suas apresentações é algo considerável.
Seu segundo disco, “THINK LATER”, é uma resposta imediata ao sucesso crescente de seu single “greedy” que este ano entrou no ranking de 50 músicas mais tocadas no Spotify global diariamente.
O álbum é essencialmente pop, com lembranças que podem remeter a “thank u, next” (2019) de Ariana Grande, “CAMILA” de Camila Cabello (2018) e até “Blurryface” (2015) de Twenty One Pilots. O disco não irá te impressionar em nenhum momento. Em 38 minutos, o disco melodicamente muda algumas vezes, mas nada que seja tão explícito de perceber. O timbre de Tate é bem anasalado e segue a mesma timbragem durante todo o disco, algo semelhante com Olivia Rodrigo, Billie Eilish e Sabrina Carpenter. Tons soprosos e falsetados são característicos no projeto, mas que durante a escuta torna-se maçante.
Em faixas como “grave”, “we’re not alike” e “calgary” pode-se considerar pontos altos do disco, mas não vá com muitas expectativas.
Já que seu sucesso é oriundo de vídeos virais no TikTok, as faixas do álbum também são curtas, e a produção delas co-produzida por Ryan Tedder – que é um ótimo produtor – são meio bagunçadas, deslocadas e os poucos ad-libs adicionados foram mal trabalhados.
Em “grave”, uma balada pop clássica que estamos acostumados, o lírico é mais interessante do que o arranjo feito, onde ela canta: “eu nunca conseguiria te fazer me querer como eu queria ser desejada / eu nunca conseguiria te mudar de verdade / não como pensei que conseguiria / eu estava tentando construir um nós do zero / nós não éramos nada / só dá pra cavar um túmulo até certa altura / só dá pra salvar algo que ainda não está completamente perdido”.
A faixa “calgary” é uma das mais relacionáveis com o ouvinte, onde Tate seguida um sintetizador pop pesado, canta: “mesmo bar, mesma rua / tenho vinte anos, mas ainda parece que tenho quinze / mesmos medos, mesmos sonhos / ainda estou tentando fazer meu irmão gostar de mim (…) eu finalmente organizei minha vida / não vou mentir, os comprimidos são tentadores agora / pensei que eu estivesse melhorando / mas, não, eu só finjo melhor”.
Assim como Olivia Rodrigo aborda em “GUTS” (2023), o drama adolescente é exagerado, desesperador e devastador, e o choque de realidade que artistas nessa idade tem que encarar na vida adulta sempre é injusto e desanimador, mas faz parte da vida. A abordagem de Olivia é sem dúvidas feita com muito mais maestria do que por Tate aqui. Possa ser que a corrida contra o tempo para lançar o disco para aproveitar o sucesso de “greedy” tenha sido um problema para a qualidade final, mas esperamos que no próximo disco não venha tão pobre de artisticidade.
O álbum é só mais um disco pop no meio de milhões de discos pop lançados nos últimos anos, sua escuta pode ser totalmente descartável, apesar de haver faixas que despertam algum interesse como as citadas anteriormente, mas nada que te fará escutar o disco por completo.
Em “THINK LATER”, Tate McRae tentou fazer o que Olivia Rodrigo fez, mas com muitas falhas.
NOTA:

Escute “THINK LATER” de Tate McRae aqui